Pesquisadores encontraram 330 ferramentas de pedra de 2,9 milhões de anos no local. No entanto, não se sabe qual espécie de hominídeo criou e usou artefatos. Da esquerda para direita: uma ferramenta percussiva encontrada em 2016, um núcleo Olduvaiense encontrado em 2017 e flocos Olduvaienses encontrados em 2016 e 2017. Sítio de Nyayanga no sudoeste do Quênia.
T.W. Plummer, J.S. Oliver, E. M. Finestone/Homa Peninsula Paleoanthropology Project via AP
Às margens do Lago Vitória, no Quênia, uma equipe de arqueólogos encontrou 330 ferramentas de pedra de 2,9 milhões de anos, algumas das mais antigas já descobertas. A origem dos artefatos, no entanto, é um mistério: não se sabe qual espécie de hominídeo criou e usou os objetos.
Os cientistas responsáveis pela pesquisa disseram na quinta-feira (9) que encontraram três tipos de ferramentas no sítio arqueológico de Nyayanga: martelos e núcleos de pedra para triturar plantas, ossos e carne, e lascas afiadas para cortar carne. Esses artefatos são exemplos de um tipo de tecnologia da Idade da Pedra chamada de Olduvaiense.
Essa tecnologia:
Consiste em objetos feitos de pedra;
Foi revolucionária para os hominídeos da época;
Permitiu processamento de alimentos e expansão do cardápio;
Já foi encontrada em diversas regiões da África;
Foi utilizada por pelo menos 1 milhão de anos;
Chegou até a Geórgia e a China graças ao Homo erectus.
Acreditava-se que as ferramentas Olduvaienses eram utilizadas apenas por espécies pertencentes ao gênero Homo, um agrupamento que inclui nossa espécie e nossos parentes mais próximos. Entretanto, a recente descoberta colocou esta teoria em xeque.
Além dos artefatos, dois dentes foram encontrados em Nyayanga. Após análises, os arqueólogos concluíram que os molares são os fósseis mais antigos já localizados de um hominídeo do gênero Paranthropus.
“A associação dessas ferramentas de Nyayanga com o ‘Paranthropus’ pode reabrir o caso de quem fez as ferramentas Olduvaienses mais antigas. Talvez não apenas os ‘Homo’, mas outros tipos de hominídeos estivessem processando alimentos com a tecnologia”, disse Thomas Plummer, principal autor da pesquisa, à Reuters.
Molares de ‘Paranthropus’ recuperados no sítio de Nyayanga, no sudoeste do Quênia.
S. E. Bailey/Homa Peninsula Paleoanthropology Project via AP
A descoberta, então, deu lugar a um mistério, pois não se sabe ao certo quem foram os criadores das ferramentas encontradas no sítio arqueológico do Quênia.
“Existem várias possibilidades. E, a menos que encontremos ossos de mão fossilizados enrolados em uma ferramenta de pedra, o criador das primeiras ferramentas Olduvaienses pode ser desconhecido por muito tempo”, afirmou Rick Pott, paleoantropólogo e coautor do estudo, à AP.
Outros hominídeos, como o Australopithecus, também perambulavam pelo planeta naquela época. Os Homo sapiens surgiram mais tarde, apenas cerca de 300.000 anos atrás.
“Enquanto algumas espécies de primatas não humanos produzem tecnologias que auxiliam no forrageamento, os humanos são exclusivamente dependentes da tecnologia para sobreviver”, explicou Plummer.
Exemplo disso são alguns ossos de hipopótamo encontrados em Nyayanga. As marcas de corte nos fósseis indicam que a carne foi cortada para alimentação — essas são as evidências mais antigas do consumo de um animal grande já registrado.
Esqueleto fóssil de hipopótamo e artefatos Olduvaienses no sítio de Nyayanga, no sudoeste do Quênia, em julho de 2016.
T.W. Plummer/Homa Peninsula Paleoanthropology Project via AP
Os primeiros humanos provavelmente também usaram os objetos para quebrar ossos de antílopes para retirar sua medula gordurosa, triturar material vegetal e descascar as cascas externas de raízes de plantas duras.
“Ferramentas de pedra permitiam, mesmo nesta data tão inicial, extrair muitos recursos do meio ambiente”, disse Plummer. “Se você pode abater um hipopótamo, pode abater praticamente qualquer coisa.”
Esta foto fornecida pelo Projeto de Paleoantropologia da Península Homa mostra a escavação no local de Nyayanga, no sudoeste do Quênia, em julho de 2016.
J.S. Oliver/Homa Peninsula Paleoanthropology Project via AP
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