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Colapso de mina em Maceió: Lira pede recursos e edição de MP para atender cidade

Colapso de mina em Maceió: Lira pede recursos e edição de MP para atender cidade

Presidente da Câmara citou “grave crise ambiental, humana e estrutural”; governo federal reconheceu estado de emergência, segundo informou à CNN o ministro de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta sexta-feira (1º), que solicitou a disponibilização de recursos e a edição de Medida Provisória (MP) para garantir atendimento aos moradores de Maceió em meio à crise envolvendo uma mina da Braskem na capital alagoana.

“A grave crise ambiental, humana e estrutural em Maceió precisa de um amparo urgente do governo federal. Solicitei aos órgãos responsáveis a viabilização de recursos e a edição de Medida Provisória que garantam à prefeitura de Maceió condições de atendimento aos moradores atingidos e de empreender ações para combater o problema gerado pela exploração do sal-gema”, escreveu Lira.

No início da tarde desta sexta, o ministro de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou à CNN que havia acabado de fazer o reconhecimento sumário da situação de emergência na capital alagoana.

A partir desse reconhecimento, o governo federal deverá liberar recursos para auxiliar o município.

O ministro dos Transportes e ex-governador de Alagoas, Renan Filho, que está em Maceió junto a outras autoridades públicas, declarou à CNN nesta sexta-feira que o foco do governo federal e das autoridades públicas, no momento, é evitar “perdas de vidas humanas”.

“Nós estamos trabalhando aqui neste momento para que não haja perdas de vidas humanas. A gente precisa garantir isso. Esse é o trabalho que vem sendo feito ao longo dos últimos anos”, disse o ministro.

“A exploração de minério aqui ocorre a 1.200 metros, em média, de profundidade. É uma coisa muito complexa de ser avaliada. Esse é um desastre raro em áreas urbanas – mesmo mundo afora, é bastante raro esse tipo de colapso de minas de exploração mineral”, acrescentou Renan Filho.

Ainda conforme o ministro, “ao longo dos últimos anos todos, desde 2018 para cá, várias providências do governo federal, do governo do Estado e mesmo da prefeitura de Maceió vêm sendo tomadas, a fim de evitar que o colapso de uma dessas minas possa levar pessoas à morte”.

Diante da situação, ele defendeu que se instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da Braskem.

“Uma empresa da proporção da Braskem é detentora de um conhecimento muito específico acerca desse acidente. E ele precisa ser socializado: para a imprensa, para as pessoas que moram na capital; os entendimentos que foram feitos; os contratos precisam ser apresentados; o ritmo do cronograma precisa ficar claro que não pode ser acelerado e por qual motivação, e, se pode, acelerar, para que essas minas não entrem em movimento. Então, nós defendemos que toda fiscalização é necessária e a CPI é fundamental”, argumentou Renan.

Alerta máximo no Mutange
Na quinta-feira (30), a Defesa Civil de Maceió emitiu um alerta máximo devido ao risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem, na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. A área foi desocupada e a recomendação é que a população evite transitar nesta região enquanto as medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.

De acordo com o governo de Alagoas, cinco abalos sísmicos foram registrados na região em novembro. O desabamento da mina pode ocasionar a formação de grandes crateras na região, além de provocar um efeito cascata em outras minas.

A Defesa Civil Municipal informou que o colapso pode acontecer a qualquer momento, e que não foi possível medir as consequências do que poderá acontecer porque estão diante de algo que nunca enfrentaram.

“Não sabemos a intensidade, mas é certo que grande parte da cidade irá sentir. E temos outros problemas. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do abastecimento de água de parte da cidade e também o fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital irá sentir os tremores se acontecer essa ruptura dessas cavernas em cadeia”, afirmou o coordenador-geral da Defesa Civil do Estado, coronel Moisés Melo.

Outro lado
Em nota, a Braskem afirmou que o sistema de monitoramento do solo registrou microssismos e movimentações atípicas em um local específico nas proximidades do Mutange, e as informações foram compartilhadas com as autoridades competentes.

“As atividades de preenchimento de poços já haviam sido paralisadas, e a área foi isolada preventivamente na tarde de terça-feira (28), em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Nas últimas horas, a situação vem se intensificando, e estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para minimização de impacto de possíveis ocorrências. A Braskem segue acompanhando de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com as autoridades competentes”, completa a nota.

*Com informações de Bianca Camargo, Carolina Figueiredo, Renata Souza, Thiago Vinicius, da CNN, em São Paulo

Fonte: CNN Brasil

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