A luta contra o Aedes aegypti em Salvador tem sido intensificada pela prefeitura e ganhou um novo reforço. Na última terça-feira, a administração municipal adotou uma nova tecnologia contra o vetor de arboviroses como dengue, chikungunya e zika vírus. Chamadas de Estações de Disseminação de Larvicida (EDL), a iniciativa tem o foco na interrupção do ciclo reprodutivo do mosquito.
Ainda em fase inicial, ovitrampas – armadilhas para a captura de ovos do Aedes aegypti –, foram instaladas para monitoramento e conhecimento acerca da infestação no bairro por três meses, e, com a ajuda dos moradores, simultaneamente, mosquitos adultos serão capturados por aspiração em 3 mil imóveis cadastrados.
“É mais uma estratégia para fazermos o controle do vetor de arboviroses, já que não temos ainda a vacina de ampla difusão e para conseguirmos reduzir a infestação naquelas áreas de maior risco, (…) então a gente continua alerta e pedindo apoio da população”, disse a subcoordenadora de ações e controle contra arboviroses do CCZ, Lucrécia Lopes.
De janeiro a junho deste ano, houve uma queda de mais 84% no número de casos de dengue registrados em Salvador, se comparado ao mesmo período de 2024, saindo de 1392 no ano passado, para 219 casos este ano. Chikungunya e zika vírus também registraram queda, saindo de 119 e 65 casos no ano passado, para apenas 21 e 15 respectivamente, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS).
A queda do número de casos de dengue na capital baiana segue o padrão verificado tanto no estado quanto no país, que registraram declínio de 89% e 78%, respectivamente, em relação aos seis primeiros meses do ano passado, saindo de 232 mil casos para apenas 25 mil na Bahia. Já no Brasil a queda foi de 5,6 para 1,2 milhão de casos, de acordo com o Ministério da Saúde.
De forma avaliativa, as primeiras EDLs serão instaladas em outubro no Bairro da Paz, por conta dos números de casos registrados na localidade historicamente. Depois de seis meses, o Centro de Controle de Zoonoses de Salvador (CCZ) vai acompanhar os dados e avaliar outras regiões que devem receber estações, segundo Lucrécia Lopes.
As EDLs funcionam da seguinte forma: recipientes com larvicida e água serão dispostos para que os mosquitos ao pousarem nessas armadilhas para pôr os ovos se contaminem e, ao pousarem em outros locais, agora já contaminados, destruam outros ovos já depositados, a partir daí interrompendo o ciclo reprodutivo do mosquito. A iniciativa, de cunho sustentável, faz parte das ações de controle das arboviroses do Ministério da Saúde, já foi testada em outros municípios do Brasil e teve sua eficácia comprovada.