Foto: Acervo Sabin
Rayllanna Lima
O programa federal Agora Tem Especialistas vai injetar mais de R$ 422 milhões na rede de média e alta complexidade da Bahia, com foco em oncologia, leitos especializados e produção de medicamentos estratégicos para o SUS. Os recursos reforçam 26 policlínicas regionais, cinco hospitais, uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e a indústria pública Bahiafarma, além de impulsionar novas cirurgias em parceria com a rede privada em cidades como Alagoinhas.
Do total anunciado pelo governo federal, R$ 352,2 milhões correspondem ao incremento do Teto de Média e Alta Complexidade (MAC) da Bahia. O reforço de custeio beneficia diretamente as 26 Policlínicas Regionais de Saúde, que atendem a demanda de 416 municípios, além do Hospital Ortopédico da Bahia, do Hospital de Cuidados Paliativos Mont Serrat, do Hospital Senhor do Bonfim, do Hospital das Clínicas de Alagoinhas e do próprio Costa dos Coqueiros, voltado a pacientes em transição e longa permanência.
O pacote de investimentos foi detalhado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que percorreu cidades do estado ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e da secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana. “Eu poderia estar em qualquer lugar do Brasil [no Dia Nacional de Combate ao Câncer], mas escolhi estar na Bahia porque o presidente Lula reconhece que o governo do estado está realizando a maior transformação do país no cuidado diagnóstico e no tratamento do câncer”, afirmou Padilha, durante a inauguração do Hospital Estadual Costa dos Coqueiros, em Lauro de Freitas.
Produção de medicamentos biológicos
Outra frente de destaque é o esforço para fortalecer a soberania sanitária nacional. O Ministério da Saúde anunciou quatro novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) que serão executadas pela Bahiafarma, permitindo a produção de medicamentos biológicos essenciais ao SUS. Entre eles estão Eculizumabe (doenças raras), Bevacizumabe (degeneração macular e neoplasias), Nivolumabe e Pertuzumabe (tratamentos oncológicos). As PDPs integram um conjunto de 31 parcerias nacionais que mobilizam mais de R$ 5,5 bilhões por ano em compras públicas.
Para acelerar a produção desses fármacos, a Bahiafarma receberá R$ 25 milhões adicionais para obras e equipamentos. Padilha enfatizou que a fabricação local dos biológicos representa segurança para os pacientes do SUS. “O Brasil não pode depender do mercado internacional para medicamentos que salvam vidas. Ao produzir esses biológicos aqui, garantimos que não haverá risco de desabastecimento por crises ou decisões de indústrias estrangeiras”, explicou.
As ações se somam à inauguração do novo prédio de Oncologia do Hospital Aristides Maltez, em Salvador, e ao início de operação do serviço de radioterapia de Vitória da Conquista, ambos articulados com o Agora Tem Especialistas. Para o Ministério da Saúde, o conjunto de investimentos reforça a expansão da alta complexidade, a interiorização dos serviços e a modernização da produção pública de medicamentos.
Para o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, o conjunto de investimentos reafirma o compromisso do estado com o cuidado especializado. “A ampliação da oncologia no Aristides e o reforço às Obras Sociais Irmã Dulce fazem parte de um esforço permanente para fortalecer o SUS e assegurar que nenhum baiano fique sem atendimento. “Nossa prioridade é fazer com que tratamentos complexos deixem de ser exclusivos de Salvador. Estamos interiorizando serviços e organizando a rede para que cada região tenha respostas mais perto de casa”, afirmou o governador.


