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O ano de 2025 foi um dos anos mais desafiadores para a diplomacia brasileira. Contexto geopolítico tenso, tarifaço do governo de Donald Trump, Brasil no G20, COP30 em Belém e, agora, mais recentemente, a nova doutrina de segurança dos Estados Unidos para a América Latina, com uma mobilização militar nas águas e nos céus do Caribe para derrubar o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, são os principais exemplos do trabalho que o Itamaraty teve para manter o protagonismo brasileiro no tabuleiro global.
Para o ministro das Relações Exteriores, apesar de todas as dificuldades, o saldo é positivo para o país. Em entrevista ao Correio Braziliense, o chanceler destacou o esforço do país para conquistar novos mercados diante da pressão tarifária dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Ele comemorou a revogação da Lei Magnitsky sobre autoridades brasileiras, como o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, e o sucesso da empreitada diplomática para mostrar a Washington que o governo brasileiro não tem ingerência sobre o Poder Judiciário, que é independente.
Vieira também falou sobre a presidência brasileira no G20 e a realização da 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), em Belém. “O Brasil voltou ao mundo, deixou para trás os equívocos da gestão anterior, que resultaram em um inédito isolamento do país, e essa volta tem representado ganhos para a população brasileira e respeito de todos nossos parceiros pela soberania que soubemos defender”, disse o ministro.
No balanço de perdas e ganhos com a Casa Branca, o Itamaraty definiu como um ano de muitos desafios:
“Foi um ano de muitos desafios, sem dúvida, e o balanço é muito positivo. Conseguimos combater a desinformação sobre a democracia brasileira e defender nossa soberania, e cumprimos à altura nosso papel à frente da organização e dos debates no Brics (bloco de países emergentes) e na COP30, mostrando que era viável a visão do presidente Lula de trazer o debate sobre mudança climática para a Amazônia brasileira. Belém recebeu com competência e hospitalidade as delegações de 195 países e os cerca de 45 mil participantes da conferência, a grande maioria dos quais teve seu primeiro contato com a realidade da Amazônia brasileira”.
Por Vinicius Doria / Correio Braziliense


