By Foto: Bruno Concha / Secom PMS
O encerramento do Aprender+ em 2025 não significou um ponto final, mas o início de uma nova fase nas escolas municipais de Salvador. O que ficou após o término das atividades vai muito além dos conteúdos revisados ou dos avanços registrados nas avaliações: o maior legado é humano. Laços, afetos e um renovado sentimento de pertencimento se consolidaram entre alunos, professores e toda a comunidade escolar. E é justamente essa força coletiva que impulsiona a continuidade do programa no ano letivo de 2026.
Ao longo do ano, os sábados de aula deixaram de ser apenas encontros pedagógicos e se transformaram em uma experiência que uniu acolhimento, criatividade e aprendizagem significativa. As escolas ganharam novos tons e novas dinâmicas: música ecoando nos corredores, salas temáticas cuidadosamente preparadas pelos professores, espaços de convivência abertos para jogos, leituras e conversas. Para muitos estudantes, era como chegar a um ambiente feito especialmente para eles , um lugar onde aprender tinha sabor de descoberta.
“O Aprender+ é uma iniciativa que veio para ficar. A rede abraçou com entusiasmo, e os resultados vão muito além dos números. O que vimos foi o renascimento da motivação de aprender”, resume Ida Ramos, diretora da Escola Municipal Hildete Lomanto, uma das unidades que se tornaram referência pela adesão e engajamento.
As edições do programa revelaram um novo jeito de viver a escola. Os sábados se tornaram momentos aguardados, não apenas para reforçar conteúdos, mas para reconstruir vínculos fragilizados pelo período da pandemia e fortalecer a confiança dos estudantes em suas próprias trajetórias. Em muitas unidades, as famílias se envolveram diretamente, ajudando na organização das atividades e participando de apresentações, rodas de conversa e feiras pedagógicas. A presença ativa das mães, pais e responsáveis reforçou a ideia de que o Aprender+ é também um importante instrumento de aproximação entre escola e comunidade.
Para a aluna Monique Oliveira, do 9º ano, o que fica na memória é mais do que o conteúdo aprendido: “Foi um período de muita troca, de perceber que a escola é um lugar que acredita na gente. A gente aprende, se diverte e se sente parte de algo maior”, relatou, com o entusiasmo que marcou muitos estudantes durante os encontros.
A construção desse sentimento se deve ao esforço articulado de toda a rede municipal. Professores, coordenadores e gestores se envolveram intensamente na proposta, planejando atividades que dialogavam com as necessidades reais dos alunos. Em diversas escolas, projetos integradores ganharam corpo, misturando leitura, produção artística, resolução de problemas e atividades práticas que ajudaram a desenvolver competências importantes, como criatividade, colaboração e pensamento crítico.
Os encerramentos de ciclo, realizados em outubro, tiveram clima de festa e gratidão. Em diferentes polos, as escolas organizaram apresentações culturais, mostras de trabalhos, murais de fotos, painéis de registros e rodas de agradecimento. O riso dos estudantes, a emoção dos professores e o orgulho das famílias mostraram que o Aprender+ deixou marcas que não se apagam — e que a escola pública é espaço de memória afetiva, de crescimento e de construção de futuro.
Além dos aspectos emocionais, o legado do programa também é pedagógico e estruturante. Muitos educadores continuam aplicando as metodologias criativas desenvolvidas durante o Aprender+, como jogos, oficinas temáticas, sequências didáticas investigativas e atividades colaborativas mediadas por tecnologias. A experiência também contribuiu para fortalecer práticas de acompanhamento sistemático das aprendizagens, inspiradas no modelo de planejamento, avaliação contínua e leitura dos dados implementado pelo programa.
A adesão dos professores foi, inclusive, um dos pontos mais destacados pelos gestores. Ao longo dos meses, educadores criaram materiais próprios, ampliaram repertórios, testaram novas abordagens e construíram coletivamente estratégias que dialogavam com a realidade dos estudantes. Essa mobilização consolidou uma cultura pedagógica mais integrada e sensível aos ritmos individuais de aprendizagem.
Com o encerramento do ano letivo, a sensação geral é de continuidade. O Aprender+ deu uma pausa, mas não parou. As equipes escolares já planejam novas experiências para 2026, focadas no fortalecimento da recomposição das aprendizagens, na ampliação da participação das famílias e na manutenção de um ambiente escolar acolhedor e motivador. Professores seguem mobilizados, alunos permanecem engajados e a rede municipal reafirma seu compromisso de garantir que cada estudante avance em seu percurso formativo.
O que se construiu ao longo de 2025 serviu como base sólida para o próximo ciclo. A prática mostrou que o programa não é apenas uma intervenção pontual, mas um movimento contínuo de qualificação das aprendizagens. Para muitas escolas, o Aprender+ deixou de ser um projeto adicional e passou a ser parte da identidade pedagógica da rede — uma política pública viva, em constante evolução.
É por isso que, ao projetar o ano letivo seguinte, a Secretaria Municipal da Educação reforça que o programa retorna em 2026 com novas etapas, novos desafios e maior integração entre escolas e comunidades. A intenção é ampliar o alcance das ações, fortalecer as estratégias já testadas e aprofundar as práticas que mostraram maior impacto no engajamento e no desenvolvimento dos alunos.
O secretário municipal da Educação, Thiago Dantas, sintetiza o espírito dessa nova fase ao afirmar: “O Aprender+ não termina aqui. Ele se reinventa, cresce e se fortalece porque foi construído junto com as escolas. Em 2026, vamos avançar ainda mais, ampliando ações e garantindo que cada estudante tenha as condições necessárias para aprender, pertencer e prosperar. Esse é o compromisso da nossa rede”.
