Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O BC (Banco Central) colocou em consulta pública uma proposta para aumentar as informações que os bancos divulgam sobre riscos sociais, ambientais e climáticos.
Essas informações constam, anualmente, no Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas, divulgado pelo BC.
Hoje, esse documento é majoritariamente descritivo, com informações amplas e pouco comparáveis entre as instituições.
A ideia agora é que os bancos passem a apresentar também dados numéricos padronizados, permitindo entender, por exemplo, quanto da carteira de crédito está exposta a setores de maior impacto ambiental ou quais metas de redução de emissões foram assumidas.
A iniciativa faz parte da agenda de sustentabilidade do BC, que busca alinhar o sistema financeiro brasileiro a padrões internacionais de transparência climática.
Na prática, o BC quer que as informações ambientais divulgadas pelos bancos no Brasil sigam o mesmo desenho das exigidas em mercados como Europa, EUA e Austrália.
A mudança tende a aumentar a comparabilidade e a pressão pública sobre as decisões de crédito.
Com dados padronizados, será possível enxergar quais bancos mantêm exposição significativa a setores de alto impacto e quais vêm ajustando portfólios em direção à economia de baixo carbono.
O relatório, que antes funcionava, de certa forma, como um documento institucional de posicionamento, passa a ter potencial para influenciar no custo de captação e percepção de risco.
A consulta pública ficará aberta até 13 de fevereiro de 2026, quando o BC deve recolher contribuições de bancos, especialistas, ONGs e representantes do mercado antes de publicar a versão final da norma.


