Em Abu Dhabi, presidente tornou a afirmar que a paz é a melhor forma para restabelecer um processo de conversação entre Rússia e Ucrânia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. Em entrevista à imprensa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o presidente afirmou que pretende envolver os países da América Latina nesse contexto.
“A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra. Porque a decisão da guerra foi tomada por dois países. E, agora, estamos tentando construir um grupo de países que não tem nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas, também, nós também temos que ter em conta que é preciso conversar também com os Estados Unidos e com a União Europeia”, disse Lula.
O presidente avaliou como difícil o atual cenário do conflito entre os dois países e tornou a afirmar que a paz é a melhor forma para restabelecer um processo de conversação.
“Do jeito que está a coisa, a paz está muito difícil. O presidente Putin não toma iniciativa de paz. O Zelensky não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando contribuição para a continuidade dessa guerra. Acho que nós temos que sentar numa mesa e dizer: chega. Vamos conversar porque a guerra nunca trouxe e nunca trará benefício para a humanidade. Fiquei muito feliz com a visita do presidente Macron para conversar com o Xi Jinping. É muito importante que as pessoas comecem a discutir a questão de paz”, destacou o presidente.
Impactos da guerra
A guerra na Ucrânia completou um ano em fevereiro. Até o dia 30 de março deste ano, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR, em inglês) registrou 3.167 civis afetados no país, incluindo 1.232 mortos e 1.935 feridos.
Segundo a ONU, a maioria das baixas civis registradas foi causada pelo uso de armas explosivas com ampla área de impacto, incluindo bombardeios de artilharia pesada e sistemas de lançamento múltiplo de foguetes, além de mísseis e ataques aéreos.
Os números reais do conflito podem ser ainda maiores, de acordo com a ONU, uma vez que o recebimento de informações de alguns locais onde intensas hostilidades estão ocorrendo foi atrasado e muitos relatórios ainda estão pendentes de confirmação. Isso diz respeito, por exemplo, a Mariupol e Volnovakha (na região de Donetsk), Izium (na região de Kharkiv), Popasna (na região de Luhansk) e Irpin (na região de Kiev), onde há alegações de numerosas vítimas civis.
Fonte: CNN Brasil