Segundo New York Times, George Santos, filho de brasileiros, não trabalhou no Citigroup nem no Goldman Sachs, segundo sua biografia. Santos foi eleito mês passado nas eleições de meio de mandato dos EUA. George Santos faz campanha em Nova York, Estados Unidos, no dia 5 de novembro de 2022
Mary Altaffer/AP
Eleito no mês passado a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o deputado George Santos, filho de brasileiros, fez afirmações em seu currículo que não foram comprovadas, segundo uma reportagem do jornal “The New York Times” desta terça-feira (20).
George Santos, que foi eleito neste ano pelo distrito de Long Island, no estado de Nova York, foi eleito dizendo que:
Fez ensino superior no Baruch College;
Trabalhou como financista e investidor no Citigroup e no Goldman Sachs;
Tinha uma ONG de proteção aos animais que salvou mais de 2.500 cachorros ou gatos;
É de uma família que fez uma fortuna em imóveis.
O jornal não encontrou evidências reais de nenhuma dessas afirmações. O deputado eleito foi procurado, mas ele não respondeu as perguntas que foram enviadas a ele.
De acordo com a apuração do jornal, Santos, que diz ser filho de um mineiro e uma fluminense, não trabalhou em bancos que constam na sua biografia, como o Citigroup e o Goldman Sachs. A reportagem afirma ainda que o governo norte-americano também não achou registros de que uma organização de resgate de animais que Santos alega ter.
O “The New York Times” ouviu também representantes da faculdade em que ele alega ter se formado, a Baruch College, que disseram não ter registros de ex-alunos com o nome do deputado. Ainda de acordo com o jornal, não há registros de propriedades que o filho de brasileiros alegou que sua família possui nos Estados Unidos.
Santos, segundo o “The New York Times”, não respondeu às solicitações de entrevista. Joe Murray, um advogado que representa Santos, afirmou que há inimigos do político no jornal que querem atacar a reputação dele.
O ‘sonho americano’
George Santos se elegeu com a promessa de lutar por mais direitos para imigrantes e ajudá-los a cumprir o “sonho americano”, assim como aconteceu com ele.
Em novembro, ele deu uma entrevista ao g1. Na ocasião, ele afirmou que escolheu para defender o sonho americano porque na condição de filho de imigrantes ele tinha como “obrigação moral deixar uma sociedade melhor, um país melhor, para a geração do futuro”.
Para ele, o sonho americano é dar oportunidades, garantindo educação de qualidade e abertura para que cada um possa seguir a carreira que deseja.
Ensino superior no Baruch College
O filho de brasileiros afirmou que recebeu um diploma de economia e finanças no Baruch College, mas a instituição não achou nenhum registro disso. O Baruch College procurou em seus registros alguma menção a Santos (e também variações do nome dele) como um dos formados de 2010, como ele afirma, e não encontrou.
Além disso, segundo o jornal, nesse período há provas de que ele estava no Brasil.
A mãe de George Santos trabalhava como enfermeira em Niterói. Depois que George Santos recebeu o diploma do ensino médio, ele morou uma época na cidade.
Em 2008, aos 19 anos, ele roubou um talão de cheques de um paciente da mãe. Os registros policiais brasileiros mostram que ele fez compras com esses cheques (inclusive de um par de sapatos). Ele confessou o crime em 2010 e foi lberado.
O oficial de Justiça não o encontrou mais.
A empresa de Santos
Santos publicou um documento sobre suas finanças. Ele afirma que emprestou cerca de US$ 700 mil (R$ 3,6 milhões) para a própria campanha. Ele diz que nos últimos dois anos teve um salário anual de US$ 750 mil e que recebeu mais de US$ 1 milhão de dividendos de sua própria empresa, a Organização Devolder.
Durante a campanha, ele descreveu a empresa como uma firma familiar que gerenciava ativos que, somados, valem mais de US$ 80 milhões. No documento sobre suas finanças, ele diz que a empresa faz intermediação entre fundos de investimentos e investidores.
O “New York Times” não achou nenhuma evidência de que a família de Santos tenha propriedades.
Dois candidatos gays
A eleição de Santos, entre centenas de novos membros da Câmara e do Senado, já havia chamado a atenção durante a campanha, por protagonizar uma disputa histórica nos EUA: tanto ele como seu rival, democrata, são abertamente gays e concorriam à mesma vaga.
O republicano George Santos venceu o democrata Robert Zimmerman pela vaga deixada pelo democrata Tom Suozzi no 3º Distrito do Congresso de Nova York.
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