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Dólar tem maior queda desde outubro de 2022 após flexibilização de tarifas

Dólar tem maior queda desde outubro de 2022 após flexibilização de tarifas

Divisa dos EUA encerra sessão com perda de 2,72%, a R$ 5,75, após Casa Branca adiar taxas para carros do México e Canadá por um mês

O dólar fechou em queda acentuada e a bolsa brasileira subiu nesta quarta-feira (5), com investidores em todo o mundo acompanhando os desdobramentos das tarifas sobre importações impostas pelos Estados Unidos aos principais parceiros comerciais.

Após dois dias sem negociações pelo feriado de Carnaval, o mercado voltou a operar no Brasil em uma sessão de reversão do mau humor que tomou conta das negociações na semana com sinalização de flexibilização das taxas pelos norte-americanos.

Mais cedo, a Casa Branca confirmou que tarifas sobre carros importados do México e do Canadá serão adiadas em um mês.

Na terça (4), produtos dos dois países passaram a receber taxas de 25% para entrarem nos EUA. No mesmo dia, itens da China tiveram uma sobretaxa de 10%, totalizando 20%.

O clima otimista dá força para o dólar cair em todo o mundo, com Brasil entre os países mais beneficiados.

A divisa encerrou a sessão com perda de 2,72%, negociado a R$ 5,755 na venda.

Esta foi a maior queda percentual dos últimos 29 meses, desde 3 de outubro de 2022, quando a divisa encerrou com retração diária de 4,03%, cotada a R$ 5,177 – ainda durante a disputa eleitoral entre o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e o então presidente Jair Bolsonaro.

Seguindo a recuperação das bolsas globais, o Ibovespa fechou o dia com alta de 0,2%, aos 123.046 pontos.

Tarifas nos EUA
O presidente Donald Trump concedeu uma isenção sobre tarifas de automóveis no México e Canadá por um mês, confirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

“Conversamos com as três grandes concessionárias de automóveis. Vamos dar uma isenção de um mês para qualquer automóvel que venha pelo USMCA [Acordo Estados Unidos-México-Canadá]”, disse Trump em uma declaração que Leavitt leu em um briefing da Casa Branca.

Essas concessionárias incluíam Stellantis, Ford e General Motors.

“Ele disse a eles que deveriam entrar nisso, começar a investir, começar a se mudar, transferir a produção para os Estados Unidos da América, onde não pagarão tarifas. Esse é o objetivo final”, acrescentou ela.

“As tarifas recíprocas ainda entrarão em vigor em 2 de abril. Mas, a pedido das empresas associadas ao USMCA, o presidente está dando a elas uma isenção por um mês para que não fiquem em desvantagem econômica.”

Bateria de dados
Agentes financeiros também voltarão suas atenções para a agenda cheia de dados nesta sessão.

Nos EUA, estarão no radar o relatório da ADP sobre a criação de vagas de emprego no setor privado, e a pesquisa do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) sobre o setor de serviços.

No mercado de trabalho, a criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos desacelerou acentuadamente em fevereiro, segundo o Relatório Nacional de Emprego da ADP.

Já sobre os serviços, o crescimento do setor nos Estados Unidos acelerou inesperadamente em fevereiro e os preços dos insumos aumentaram, o que, combinado com um recente aumento no custo das matérias-primas nas fábricas, sugere que a inflação pode se intensificar nos próximos meses.

China prevê crescimento de 5%
Ainda no cenário global, a China liberou mais estímulos fiscais nesta quarta-feira (5), prometendo esforços maiores para sustentar o consumo e amortecer o impacto da escalada da guerra comercial com os Estados Unidos em uma economia que Pequim está determinada a fazer crescer 5% ou mais este ano.

O primeiro-ministro Li Qiang, em um discurso na abertura da reunião anual do Parlamento da China, alertou que “mudanças nunca vistas em um século estão ocorrendo em todo o mundo em um ritmo mais rápido”.

“Um ambiente externo cada vez mais complexo e severo pode exercer um impacto maior sobre a China em áreas como comércio, ciência e tecnologia”, disse Li.

As autoridades chinesas estão sendo pressionadas a estimular o consumo para afastar as pressões deflacionárias e reduzir a dependência da segunda maior economia do mundo das exportações e dos investimentos para crescer.

Mercado para de subir expectativa para inflação
As expectativas para a inflação brasileira ao fim deste ano pararam de subir após 19 semanas seguidas de revisões para cima, mostraram dados do Boletim Focus publicados pelo Banco Central (BC), nesta quarta.

A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou estacionada em 5,65%, acima do limite da meta perseguida pelo BC.

As expectativas para 2026 foram mantidas em 4,4%, a primeira pausa na elevação das expectativas em nove semanas.

A autoridade monetária persegue meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%).

Os analistas do mercado mantiveram a expectativa para os juros em 15% ao fim de 2025 e de 12,5% no próximo ano.

Foi a oitava semana seguida que o mercado segurou a previsão para a Selic deste ano, enquanto as previsões de 2026 se repetiram pela 5ª edição consecutiva.

A taxa básica de juros subiu a 13,25% ao ano em janeiro, em continuidade ao ciclo de alta dos juros deflagrado pelo BC em setembro do ano passado, quando os juros estavam estacionais em 10,5%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC volta a se reunir entre os dias 18 e 19 deste mês, com expectativa de nova elevação de 1 ponto percentual.

*com informações da Reuters e CNN Internacional

Fonte: CNN Brasil

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