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Esther Dweck prevê mais de 20 mil contratações até o final do governo Lula

Esther Dweck prevê mais de 20 mil contratações até o final do governo Lula

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília / Fonte: correio braziliense

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, revela que, até o fim do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo federal vai contratar mais de 20 mil servidores. O número é maior do que os 18 mil previstos por ela quando assumiu a pasta, criada a partir da divisão do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), no início de 2023.

Conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2026, a pasta está autorizada a contratar 11.382 novos servidores de concursos em andamento e novos que serão abertos. E, por ser ano eleitoral, a posse só poderá ocorrer até o fim do primeiro semestre. E, nessa conta estão os 3.652 que serão os aprovados na segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNPU), o “Enem dos Concursos”, cuja prova está prevista para 5 de outubro. Mais de 760 mil pessoas se inscreveram para o certame. Esses números, contudo, não incluem as mais de 22 mil contratações previstas por universidades e institutos federais que são realizadas pelo Ministério da Educação.

“E o interessante é que a entrada tem sido de uma idade não tão jovem, mas bem abaixo da idade média atual, em torno de 30 e poucos anos, 40 anos”, afirma Dweck, entrevista ao Correio. Ela lembra que o governo tem a perspectiva de que, nos próximos 10 anos, mais de 180 mil servidores devem se aposentar. “A nossa expectativa é de que, nesse momento, vamos ter uma boa renovação”, afirma. Nesse cenário, a titular do MGI reforça que existe uma Reforma Administrativa em curso desde o início do atual governo, por meio de medidas tomadas pela pasta, como a reformulação de 86% das carreiras, que passaram a ter 20 níveis de progressão. Ela reconhece, contudo, que um dos grandes desafios nessa agenda será acabar com os supersalários.

Esther Dweck conta que tem realizado reuniões com o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), coordenador do grupo de trabalho (GT) da reforma administrativa, que retomou recentemente o assunto na Câmara dos Deputados. “Ele ouve bastante o Executivo, mas não é um projeto conjunto, é um projeto do Legislativo. Na parte específica do combate aos privilégios e aos supersalários, temos convergências na ideia de que é preciso fazer isso”, afirma. Segundo a ministra, essa agenda também é defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas uma reforma administrativa mais ampla só deverá avançar se houver um grande acordo institucional entre os Três Poderes. “A real chance política de passar isso é se houver um consenso político”, frisa.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como ficam os concursos em 2026, ano eleitoral?

O próximo ano é mais difícil. Autorizações de novos concursos devem ser poucas. O que deve ter, tanto neste ano quanto no ano que vem, é a nomeação dos concursos que estão em curso, como Polícia Federal, Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), etc. Na sequência, devemos ter autorização para chamar parte do cadastro de reserva. Neste ano, vamos soltar um chamamento de alguns concursos. E, no ano que vem, mais um pouco. A nossa previsão é de que, para todos esses concursos que estão em aberto, as chamadas devem ser até o meio do ano. Estamos precisando de gente, então, quanto mais rápido conseguirmos chamar, melhor.

Quais são as áreas com maior deficiência de pessoal?

Olha, quase todas. Foram muitos anos sem concurso, desde 2013 ou 2014. É engraçado que têm dois órgãos que desde quando eu estava no governo (Esther Dweck trabalhou no Ministério do Planejamento no governo da ex-presidente Dilma Rousseff), já reclamavam um pouco de falta de gente, como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Banco Central. Claro que são dois órgãos que passaram por uma grande transformação digital, então eles nunca mais vão ter os quantitativos que já tiveram em outros momentos. Todo o setor público federal tem esse processo de transformação digital, que reduz a necessidade dos mesmos quantitativos, mas todas as áreas têm carência de pessoas. É o que sempre falo: a transformação digital vaidiminuir a necessidade de gente, mas não diminui a necessidade de contratar pessoas.

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