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Governo Lula já vê tarifa dos EUA como quase inevitável

Governo Lula já vê tarifa dos EUA como quase inevitável

Aliados próximos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já consideram como praticamente certa a entrada em vigor das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.A informação é da BBC.

A medida está prevista para começar em 1º de agosto. Apesar do cenário desfavorável, o Palácio do Planalto ainda tenta manter abertas as vias diplomáticas, embora reconheça que um eventual acordo com Washington parece cada vez mais distante.

De acordo com três fontes que conversaram com a ‘BBC News Brasil’ sob condição de anonimato, os últimos sinais vindos da Casa Branca foram interpretados como indicações de que os EUA estão determinados a aplicar as tarifas.

Entre esses indícios estão declarações recentes de Trump nas redes sociais mencionando o Brasil e a decisão do governo americano de cancelar vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes, além do procurador-geral Paulo Gonet.

Embora o histórico de Trump inclua adiamentos em medidas semelhantes — como no caso das taxas contra a China — membros do governo avaliam que, desta vez, a chance de uma reversão é menor.

Segundo um assessor do Planalto, o fator decisivo é a motivação por trás da medida: “Diferente de outros países, as tarifas contra o Brasil têm cunho político, não econômico”, afirmou.

O mesmo interlocutor destacou à BBC que os EUA passaram a vincular as sobretaxas à situação jurídica do ex-presidente Bolsonaro. “Se o objetivo é pressionar pelo fim do processo contra Bolsonaro, não faz sentido esperar abertura para negociação”, disse a fonte. Bolsonaro, atualmente inelegível e réu no Supremo por suposta tentativa de golpe após sua derrota em 2022, nega qualquer irregularidade.

Mesmo assim, o governo brasileiro mantém oficialmente o diálogo com o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR). As tratativas estão sob responsabilidade do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Uma das frentes de atuação envolve empresários brasileiros. O objetivo é mobilizá-los para que convençam seus parceiros comerciais americanos a pressionarem o Congresso e o governo dos EUA sobre os impactos econômicos das tarifas. A estratégia inclui destacar o efeito prático sobre o consumidor médio americano, como o encarecimento de itens como café e suco de laranja, produtos majoritariamente importados do Brasil.

Além disso, uma delegação parlamentar liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), composta por oito congressistas, será enviada a Washington nos próximos dias. O grupo pretende dialogar com parlamentares americanos e buscar apoio político para tentar reverter ou, ao menos, adiar a imposição das tarifas.

(Foto: reprodução vídeo; Fonte: BBC)

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