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Haddad diz que não discute desoneração de combustível desde decisão de Lula pela prorrogação

Haddad diz que não discute desoneração de combustível desde decisão de Lula pela prorrogação


Ministro da Fazenda ponderou, no entanto, que o benefício poderá ser revisto pelo presidente. Haddad e Lula em Brasília 9/12/2022
Adriano Machado/Reuters
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (31) que não discute o tema da desoneração de combustíveis desde o início de janeiro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu prorrogar o benefício, ressaltando que o tema poderá ser revisitado pelo mandatário, embora a pasta ainda não tenha sido acionada.
“Desde o dia primeiro de janeiro eu não discuto mais esse assunto porque a decisão foi tomada pelo presidente da República, que, obviamente, pode revisitar a matéria, mas até o presente momento não houve da parte dele nenhuma provocação ao Ministério da Fazenda”, afirmou.
A declaração foi dada após Haddad participar, pela manhã, da reunião de conselho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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Vergonha’ do Carf
Provocado por jornalistas após a reunião com os banqueiros, Haddad classificou como “vergonha” o modelo de julgamento que vinha sendo usado pelo Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), com benefício a contribuintes em teses que classificou como “absurdas”.
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O ministro se referiu ao voto de qualidade, que havia sido extinto durante o governo Jair Bolsonaro, que autoriza o presidente do colegiado a dar um voto de desempate nos julgamentos. Uma medida provisória do novo governo reativou esse instrumento, acabando com o benefício automático a contribuintes em casos de empate.
O Carf é responsável por julgar em nível administrativo litígios tributários.
“É uma vergonha o que está acontecendo no Carf, não existe nenhum país no mundo com esse sistema de solução de litígio”, disse, criticando também a participação de representantes dos contribuintes nos julgamentos.
Para o ministro, de 20 a 30 empresas se beneficiaram de teses “absurdas” e que revertiam jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
Nesta terça, a Receita Federal já havia divulgado nota para afirmar que o fato de o Carf existir há 100 anos não significa que o órgão funcione bem.
“A indicação da quase a totalidade dos representantes dos contribuintes por algumas poucas confederações empresariais não permite referir-se à diversidade de posições”, dizia a nota do fisco, que também criticava a demora média de seis anos para a conclusão de julgamentos.

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