Fato Verdade

HQs, curtas e vivências em territórios ampliam identidades de estudantes

HQs, curtas e vivências em territórios ampliam identidades de estudantes

Foto: Bruno Concha/Secom

A produção artística e as vivências em territórios tradicionais estão entre os momentos mais marcantes da participação dos estudantes da rede municipal de Salvador no projeto Era Uma Vez… Brasil. Essas etapas aproximam os jovens de experiências concretas que os ajudam a compreender a história do país como um processo vivo, conectado às suas origens e às comunidades que moldaram a identidade brasileira.

A caminhada começa com a criação de histórias em quadrinhos que reinterpretam episódios históricos sob novas perspectivas. Os estudantes pesquisam personagens, constroem narrativas, discutem contextos e desenvolvem roteiros visuais que revelam criatividade, criticidade e sensibilidade. Muitas dessas HQs resgatam figuras femininas, lideranças indígenas, personagens afro-brasileiros e heróis populares que raramente aparecem no centro da narrativa oficial.

A etapa seguinte ocorre no campus artístico, quando os estudantes selecionados participam de oficinas de audiovisual. O processo envolve aprender a filmar, editar, escrever roteiros e estruturar estéticas narrativas próprias. Os curtas produzidos são apresentados em eventos que reúnem famílias, professores e equipes escolares, criando momentos de orgulho e reconhecimento comunitário.

Um dos pilares do projeto é a imersão dos estudantes em aldeias indígenas e comunidades quilombolas. Nessas vivências, os jovens entram em contato direto com tradições, rituais, modos de vida e histórias preservadas pela memória oral. A experiência amplia a compreensão sobre a formação do Brasil e fortalece a valorização das raízes culturais presentes no cotidiano das comunidades.

REALIZAÇÃO – Essas etapas reforçam o entendimento de que a arte e a experiência são ferramentas essenciais para ampliar a leitura de mundo dos estudantes. Ao aproximá-los de comunidades tradicionais e permitir que transformem vivências em produções autorais, o projeto fortalece identidades e amplia horizontes.

A estudante Ester Rodrigues, 13 anos, da rede municipal de Salvador, destaca que o projeto a ajudou a se reconhecer como autora de sua própria história. Ela relatou que descobriu coragem e autoestima ao longo do percurso e afirmou que “meu coração está disparado. Estou esperando reencontrar os amigos que fiz durante o campus do projeto. Não é só Portugal que vai me levar longe, mas meus sonhos também”.

Outro jovem que se destacou foi Derick Lima, 14 anos, da Escola Municipal Amélia Rodrigues, que criou uma HQ selecionada entre as melhores produções da edição. Ele lembrou que, ao perceber que sua obra seria levada para Portugal, sentiu orgulho de representar sua escola e sua comunidade. Em suas palavras, “vou levar meu conhecimento para o mundo. Estou verdadeiramente muito feliz em poder levar a história brasileira para lá”.

administrator

Related Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *