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Investigação sobre invasão ao Capitólio dos EUA faz audiência final; relembre principais conclusões

Investigação sobre invasão ao Capitólio dos EUA faz audiência final; relembre principais conclusões


Comissão da Câmara dos Estados Unidos investiga há um ano e meio o caso, no qual apoiadores de Donald Trump invadiram o Congresso dos EUA contra resultados das eleições. Deputados devem recomendar julgamento contra Trump. Comissão do Congresso dos EUA que investiga invasão ao Capitólio em janeiro de 2021 exibe vídeo de Trump em que ele se recusa a dizer que eleições haviam terminado, em 21 de julho de 2022.
AP
Após um ano e meio de audiências e mais de mil depoimentos, o comitê da Câmara dos Estados Unidos que investiga a responsabilidade do ex-presidente Donald Trump na invasão no início de 2021 ao Capitólio dos Estados Unidos apresenta suas conclusões em audiência final nesta segunda-feira (19).
Os deputados que integram o comitê devem recomendar um julgamento contra Trump e seus apoiadores. Eles apresentarão os oito capítulos de sua extensa investigação.
A seguir, alguns dos principais elementos da investigação:
‘Tentativa de golpe’
Formada por sete democratas e por dois republicanos, a comissão queria esclarecer as ações do ex-presidente antes e durante o dia 6 de janeiro de 2021.
A investigação procurou provar que a rejeição de Trump aos resultados das eleições de novembro de 2020 não foi apenas um acesso de raiva do perdedor, mas sim parte central de uma estratégia cuidadosa para desafiar a Constituição e manter o poder.
Trump esteve “no centro de “uma tentativa de golpe”, comentou o chefe do comitê, o legislador Bennie Thompson.
Pressão sobre o vice-presidente
Em uma série de audiências, o Comitê assegurou que era impossível Trump não saber que havia perdido a eleição para Joe Biden.
Suas teorias de “fraude eleitoral” não convenceram vários membros de seu círculo íntimo, incluindo conselheiros, seu procurador-geral e até mesmo sua própria filha Ivanka, que testemunhou perante o comitê.
Na tentativa de invalidar a eleição presidencial, Trump pressionou autoridades eleitorais, especialmente nos estados da Geórgia e do Arizona. A comissão revelou a extensão dessa intimidação, convidando vários deles para testemunharem pessoalmente.
O republicano também pediu que seu vice-presidente, Mike Pence, bloqueasse a certificação da vitória de Joe Biden.
Passividade
Trump convocou seus apoiadores a irem a Washington em 6 de janeiro, pedindo-lhes que “lutassem como loucos”.
O ex-presidente dos EUA sabia que alguns dos manifestantes estavam armados, segundo a ex-assessora da Casa Branca Cassidy Hutchinson, durante uma audiência em junho.
Ainda assim, Trump tentou se juntar à multidão a caminho do Congresso, tomando o volante do veículo presidencial das mãos de um agente do Serviço Secreto, de acordo com o testemunho explosivo de Hutchinson.
Assim, o ex-presidente passou três horas assistindo pela televisão às imagens da violência deflagrada no Capitólio sem intervir.
Os membros da comissão parlamentar consideraram que, no mínimo, ele “negligenciou totalmente seu dever” como comandante-em-chefe.
VÍDEO: Veja imagens da invasão e da depredação no interior do Capitólio, nos EUA
Recomendação de acusações
Especialistas em direito dizem que Trump pode ser processado criminalmente por “obstruir um processo oficial do governo”, ou por uma acusação mais ampla de “conspirar para fraudar” o governo, perturbando o funcionamento de suas instituições.
A decisão de apresentar acusações caberá ao procurador-geral Merrick Garland, que nomeou, em novembro, um procurador especial para investigar Trump de forma independente.
A comissão também pode fazer recomendações legislativas para proteger o processo de certificação dos resultados eleitorais para que os eventos de 6 de janeiro de 2021 não se repitam.

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