Euforia por classificação inédita nas semifinais deve dar trégua nos protestos contra alta de custo de vida e repressão no reino. Marroquinos comemoram em Rabat, capital do país, a classificação da seleção à semifinal da Copa do Mundo, no dia 10 de dezembro de 2022
Fadel Senna/AFP
O clima de euforia nas cidades marroquinas após a classificação para as semifinais da Copa do Mundo – a primeira de um país africano e de maioria árabe – contrasta com o de revolta nos protestos que no domingo anterior sacudiram o reino contra a alta de preços de produtos básicos e a repressão política.
Naquela altura, a seleção orgulhosamente chamada de Leões do Atlas já tinha eliminado a Espanha do Mundial e trilhava a trajetória inédita para as quartas de final. Ainda assim, uma multidão saiu às ruas entoando palavras de ordem contra o governo do primeiro-ministro Aziz Akhannouch, considerado o segundo homem mais rico do país, atrás apenas do rei Mohammed VI.
A vitória contra Portugal, no sábado (10), e a perspectiva de estar mais perto do título devem dar uma trégua à insatisfação popular. A expectativa do governo, sob pressão da inflação de 7,1% em outubro e do aumento da pobreza, é que o bom desempenho do time possa acalmar os ânimos e elevar o moral dos marroquinos.
“Precisávamos tanto dessa explosão de otimismo em tempos difíceis”, atestou, em artigo no site da Al-Jazeera, a jornalista marroquina Aida Alami, para quem os torcedores andavam à procura de um propósito para se afastar da pandemia, da seca que assolou o país da inflação e das dificuldades econômicas.
O orgulho da seleção nacional extrapolou as fronteiras e alcançou o mundo árabe.
Manifestantes protestam em Rabat, no Marrocos, contra preços altos do custo de vida, repressão política e a opressão social no país, em 4 de dezembro de 2022.
AFP
Por tabela, o sucesso em campo favoreceria, em casa, a imagem do monarca e do premiê. Ativistas acusam Akhannouch de beneficiar a Afriquia Gas, da qual é proprietário, na crise dos combustíveis que afeta o país. O aumento de preços de alimentos e os gastos no transporte levaram a uma inflação média de 12% nos dez meses deste ano.
Além da alta do custo de vida e do desemprego, a falta de liberdade e a prisão de blogueiros e jornalistas se somam à lista de queixas da Frente Social Marroquina. A coalizão de partidos de esquerda e sindicatos tem liderado os protestos e conta com o apoio de entidades de direitos humanos.
“O povo quer preços mais baixos. O povo quer eliminar o despotismo e a corrupção”, bradavam os manifestantes que se juntaram à marcha da semana passada. Desde sábado, contudo, os marroquinos se mostram mais unidos em torno dos Leões do Atlas: as palavras de ordem e o tom raivoso cederam vez ao ufanismo e à alegria que só um jogo de futebol é capaz de produzir.
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