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Lewandowski diz que pedidos do Rio foram atendidos e defende PEC da Segurança Pública

Lewandowski diz que pedidos do Rio foram atendidos e defende PEC da Segurança Pública

Agência Gov / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em entrevista concedida após encontro na Assembleia Legislativa do Ceará, onde esteve a trabalho nesta terça-feira (28/10), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que todo o apoio do Governo do Brasil ao estado do Rio de Janeiro tem sido oferecido e que “nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado”.

Lewandowski respondia a pergunta sobre a operação policial, comandada pelas forças do Rio, nos complexos do Alemão e da Penha, que até o final da tarde havia registrado mais de 60 mortes, entre elas, a de policiais. O objetivo da operação, segundo o governo estadual, é combater o crime organizado e a facção Comando Vermelho (CV).

“Auxiliamos o Rio de Janeiro no que podemos. Nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado.  A Polícia Federal está atuando muito intensamente com recorde de apreensão de drogas, de armas e de operações de inteligência”, afirmou Lewandowski. Durante o dia, o governador fluminense, Cláudio Castro, reclamou de falta de ajuda do Governo Federal.

O ministro prosseguiu: “A Polícia Federal, Rodoviária Federal, faz o patrulhamento das rodovias federais para impedir também a entrada de armas, drogas, o tráfico de pessoas. O Governo Federal tem atuado intensamente, seja com investimentos na área da segurança pública, com fornecimento de armas, de equipamentos, seja na parte prisional também, onde temos investido muitos milhões. Recentemente, no começo deste ano,  o governador Cláudio Castro esteve no Ministério da Justiça e Segurança Pública pedindo a transferência de líderes das facções criminosas  para as Penitenciárias Federais de Segurança Máxima”, enumerou Lewandowski.

“Foi atendido, nenhum pedido foi negado”, completou.

Ele disse que não foi consultado pelo governador sobre a operação policial levada a cabo nesta terça: “Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação. Nem ontem, nem hoje, absolutamente nada”

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Mais inteligência

Neste momento, o ministro advertiu que a divisão de tarefas hoje existente pode ser superada com maior cooperação entre os diferentes níveis de governo, e defendeu a PEC da Segurança Pública, enviado pelo Governo ao Congresso Nacional, onde está sendo analisada.

“Agora, a responsabilidade é, sim, exclusivamente dos governadores no que diz respeito à segurança pública, à segurança dos respectivos Estados. Nós propusemos ao Congresso Nacional uma PEC da Segurança Pública, que visa exatamente a coordenação das forças federais com as forças estaduais e também com as forças municipais”, comentou.

“O compartilhamento de inteligência, ações coordenadas, planejadas antecipadamente, é isso que nós estamos precisando. O crime organizado hoje é um fenômeno, ou é uma patologia extremamente preocupante, não é mais um fenômeno só local, é nacional e até global. Então, é por isso, inclusive, que o Brasil tem uma série de acordos e tratados internacionais, dos quais participa, de combate à criminalidade organizada”, disse ainda.

Solidariedade a policiais mortos

Lewandowski disse lamentar a morte de policiais na operação desta terça-feira, e também a de civis não envolvidos com o crime organizado. “Olha, eu estou aqui, à distância do Rio de Janeiro e fora de Brasília também,  tenho acompanhado pelos jornais.  Eu sei que foi uma operação bastante cruenta. Segundo notícias, tem mais de 60 mortos. Lamentavelmente, morreram agentes de segurança pública e, pior ainda, pessoas comuns, pessoas inocentes. É de se lamentar isto”.

Em seguida, o ministro voltou a defender o uso de inteligência no combate ao crime. “Eu queria enfatizar que o combate à criminalidade, seja ela comum, seja ela organizada, se faz com planejamento, com inteligência, com coordenação das forças. Enfim, não posso julgar porque não estou sentado na cadeira do governador, mas quero apresentar a minha solidariedade às famílias dos policiais mortos, minha solidariedade às famílias dos inocentes que também pereceram nesta operação e me colocar à disposição das autoridades do Rio para qualquer auxílio que for necessário”. 

Gleisi também defende PEC

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, publicou em sua conta na rede X uma mensagem de apoio ao povo do Rio de Janeiro e em defesa da PEC da Segurança Pública.

“Os violentos episódios desta terça-feira no Rio, com dezenas de mortes, inclusive de policiais, bloqueio de rodovias e ameaças à população, ressaltam a urgência do debate e aprovação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional. Ficou mais uma vez evidente a necessidade de articulação entre forças de segurança no combate ao crime organizado. E o fortalecimento da Polícia Federal e outras forças federais no planejamento e na execução das ações conjuntas, não apenas fornecendo armas, equipamentos e tropas para operações decididas isoladamente por governos locais”

Ficou demonstrada a necessidade de que as ações sejam precedidas de operações de Inteligência, inclusive inteligência financeira, para que obtenham sucesso, como vimos na Operação Carbono Oculto. É isso que o governo do presidente Lula propõe na PEC da Segurança Pública: uma grande articulação com os governos estaduais, em que somente o crime sairá perdendo.”

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