Presidente disse que empresários precisam ‘aprender a reclamar’ do Banco Central, que ganhou autonomia em 2021. Atual presidente do BC, Campos Neto, tem mandato até dezembro de 2024. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento no BNDES, no Rio de Janeiro
Reprodução/TV Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta segunda-feira (6) o patamar do juro básico da economia e a política monetária definida pelo Banco Central.
Em cerimônia no Rio de Janeiro para marcar a posse do ex-ministro Aloizio Mercadante na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula afirmou que o Brasil tem uma “cultura” de juros altos que “não combina com a necessidade de crescimento” do país.
Lula também atacou o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que, na semana passada, decidiu manter a taxa de juros em 13,75% – patamar em vigor desde agosto de 2022.
“É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse o petista.
“Tem muita gente que fala: ‘Pô, mas o presidente não pode falar isso’. Ora, se eu que fui eleito não puder falar, quem que eu vou querer que fale? O catador de material reciclável? Quem que eu vou querer que fale por mim? Não. Eu tenho que falar. Porque quando eu era presidente eu era cobrado”, emendou o chefe do Executivo.
Recentemente, em entrevista, Lula chamou de “bobagem” a independência do Banco Central, prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ideia da lei é que, não podendo a diretoria da instituição ser demitida por eventualmente subir a taxa de juros, a atuação seja técnica, blindada de pressões político-partidárias, focada no combate à inflação.
Juros dependem de vários fatores
A taxa de juros subiu mais de 11 pontos percentuais entre janeiro de 2021 e agosto de 2022 como forma de frear a inflação gerada por eventos como a pandemia da Covid e a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em geral, juros mais altos desestimulam a economia pelo lado da demanda e suavizam a inflação.
Como o crédito fica mais caro, a pessoa física tende a reduzir gastos. Já as empresas contraem os investimentos e geram menos empregos, o que também tira dinheiro de circulação.
A alta dos juros também torna o investimento estrangeiro no Brasil mais rentável.
Para reduzir os juros praticados no país, portanto, é importante que a economia seja capaz de dar outros sinais positivos ao mercado e aos investidores – por exemplo, garantindo responsabilidade fiscal e segurança jurídica.
Taxa Selic: entenda o que é a taxa básica de juros da economia brasileira
Empresário tem que reclamar, diz Lula
O presidente declarou ainda que Mercadante deve ajudar a classe empresarial, que “precisa aprender a reivindicar, precisa aprender a reclamar dos juros altos”.
“Precisa aprender a reclamar porque quando o Banco Central era dependente de mim, todo mundo reclamava”, afirmou.
Ao se dirigir ao empresário Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Lula reforçou que é preciso cobrar o Banco Central.
“É preciso, Josué, que você saiba que, se a classe empresarial não se manifestar, se as pessoas acharem que vocês estão felizes com 13,5%. Sinceramente, eles não vão baixar juros”, disse.
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