Nos bastidores da política brasileira, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro já articulam possíveis estratégias para as eleições presidenciais de 2026. Diante da crescente possibilidade de Bolsonaro se tornar inelegível até lá, nomes alternativos começam a surgir como possíveis representantes do campo conservador na disputa. Um dos nomes levantados recentemente foi o do pastor Silas Malafaia, líder evangélico de forte presença midiática e conhecido defensor das pautas da direita no país.
Confira detalhes no vídeo:
A ideia foi cogitada por Fábio Wajngarten, advogado e ex-chefe da comunicação do governo Bolsonaro. Em uma troca de mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Wajngarten considerou a possibilidade de Malafaia ser lançado como candidato à Presidência da República. A conversa teria ocorrido em janeiro de 2023, período em que cresciam os indícios de que Bolsonaro poderia enfrentar processos que culminassem em sua inelegibilidade.
A movimentação revela uma preocupação real entre bolsonaristas com o cenário eleitoral de 2026. Sem seu principal líder à disposição para concorrer, a direita busca alternativas viáveis que consigam mobilizar sua base, manter o discurso ideológico e enfrentar possíveis candidaturas da esquerda, como a do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou de um sucessor apoiado por ele. Silas Malafaia, com seu amplo alcance entre o público evangélico e sua retórica combativa, aparece como uma figura com potencial para herdar parte do capital político bolsonarista.
A hipótese de uma candidatura do pastor ainda está distante de ser consolidada, mas o simples fato de seu nome ser considerado entre aliados próximos de Bolsonaro revela uma tentativa de ampliar o leque de opções dentro do espectro conservador. Malafaia tem longa trajetória como líder religioso e figura pública. Ao longo dos últimos anos, fortaleceu sua presença política, atuando como conselheiro informal de Bolsonaro e sendo voz ativa em temas ligados à moral, costumes e religião.
A possível inelegibilidade de Bolsonaro — que enfrenta diversos processos na Justiça Eleitoral e investigações sobre sua conduta enquanto presidente — acelerou as discussões internas no campo da direita sobre a necessidade de formar uma nova liderança que consiga unificar os diferentes setores que compõem o bolsonarismo. A substituição, no entanto, não é tarefa simples, já que Bolsonaro ainda mantém grande influência e lealdade dentro de sua base, o que dificulta a ascensão de um novo nome com a mesma força.
Enquanto o cenário permanece indefinido, aliados seguem trabalhando em diferentes frentes, observando nomes com potencial de crescimento e visibilidade nacional. A citação de Silas Malafaia nesse contexto reforça a ligação entre política e religião no Brasil contemporâneo e mostra como a direita pode investir cada vez mais em lideranças oriundas do meio evangélico para manter sua relevância no cenário eleitoral. A escolha do candidato de 2026 ainda levará tempo, mas os movimentos já começaram e indicam que o jogo político está longe de estar resolvido.