to: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia
Por Livia Veiga
A Região Metropolitana de Salvador registrou uma leve deflação de 0,04% em outubro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi impulsionada, principalmente, pelos recuos nos preços dos alimentos (-0,65%) e dos custos com habitação (-0,15%), influenciados pela redução na energia elétrica residencial.
Com o resultado, a prévia da inflação na capital baiana ficou abaixo da média nacional (0,18%) e foi o terceiro menor índice entre as 11 regiões pesquisadas. O indicador funciona como uma prévia da inflação oficial, medindo a variação de preços entre 16 de setembro e 13 de outubro, em comparação com o período anterior.
Os preços dos alimentos caíram pelo terceiro mês consecutivo na região metropolitana, contribuindo para a deflação geral. De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebidas registrou retração de 0,65%, reflexo das quedas em produtos essenciais da mesa do baiano.
Os destaques negativos foram tomate (-13,67%), cebola (-19,90%) e batata-doce (-16,35%), além da refeição fora do domicílio (-0,46%). Segundo o instituto, a energia elétrica residencial (-1,26%) também teve peso relevante, sendo o item que individualmente mais contribuiu para a redução do custo de vida em outubro.
Em nível nacional, a Agência Brasil destacou que a inflação acumulada dos alimentos é a menor desde setembro de 2024, com os preços recuando 0,98% entre junho e outubro. A reportagem da agência lembra que, no IPCA-15 de outubro, o preço médio dos alimentos e bebidas caiu 0,02%, representando o quinto mês seguido de deflação.
Comparativo nacional
Entre as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE, Belém (-0,14%) e Rio de Janeiro (-0,05%) tiveram quedas mais intensas que Salvador. Na outra ponta, os maiores aumentos ocorreram em Goiânia (1,30%), Porto Alegre (0,40%) e Brasília (0,26%).
No acumulado de 2025, a inflação na RMS soma 3,34%, abaixo da média nacional (3,94%) e a segunda menor entre as capitais analisadas. Já nos últimos 12 meses, o índice chega a 4,41%, também inferior à taxa do país (4,94%) e superando apenas o Rio de Janeiro (4,24%).
Cinco dos nove grupos pesquisados apresentaram queda em outubro na RMS. Além dos alimentos e da habitação, recuaram artigos de residência (-0,47%), educação (-0,08%) e comunicação (-0,02%).
Entre os setores que registraram alta, o destaque foi o grupo transportes (0,45%), pressionado pelo aumento da gasolina (0,80%), do transporte por aplicativo (4,52%), da passagem aérea (3,03%) e do aluguel de veículos (12,76%). O vestuário (1,02%) também apresentou elevação, com altas expressivas nas roupas masculinas, femininas e infantis.
Para o economista Felipe Queiroz, da Associação Paulista de Supermercados, ouvido pela Agência Brasil, o resultado de outubro é um indicativo de que a inflação está convergindo para o centro da meta do governo, que é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. “O resultado é animador, principalmente pela queda nos preços de produtos essenciais como arroz, leite, ovos e cebola. A alimentação tem grande peso no orçamento das famílias, especialmente as de menor renda”, afirmou o economista.
Queiroz acrescenta que a expectativa é de manutenção da tendência de desaceleração nos próximos meses. Segundo o especialista, o comportamento dos preços será impulsionado por uma safra recorde de grãos, o que deve contribuir para novas reduções em itens básicos da cesta de consumo.



 
											 
											 
											