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Terremoto aumenta a miséria no norte da Síria, devastado pela guerra

Terremoto aumenta a miséria no norte da Síria, devastado pela guerra


Temperaturas baixas do inverno também pioram situação na região, que vive há 11 anos em guerra. Imagens mostram equipes resgatando sobreviventes do terremoto na Turquia e Síria
Crianças chorando, prédios destruídos e hospitais cheios de corpos – o devastador terremoto que atingiu parte da Turquia e da Síria nesta segunda-feira (6) formou um cenário dolorosamente familiar para famílias sírias e equipes de resgate desgastadas por quase 12 anos de bombardeio.
O terremoto de magnitude 7,8 levou as pessoas às ruas do norte do país, onde ataques aéreos e bombardeios já traumatizaram a população e enfraqueceram as fundações de muitos edifícios.
Na cidade de Jandaris, controlada pelos rebeldes, na província de Aleppo, um monte de concreto, barras de aço e fardos de roupas jaziam onde antes ficava um prédio de vários andares
“Havia 12 famílias lá embaixo. Nenhuma saiu. Nenhuma”, disse um jovem magro, com os olhos arregalados em choque e a mão enfaixada.
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“Nós mesmos estávamos retirando as pessoas às três da manhã”, disse ele, sua respiração visível no ar frio do inverno enquanto falava.
Jovens podiam ser vistos cavando os escombros e lançando martelos em lajes de concreto em busca de sobreviventes. Tanques de água amassados ​​e painéis solares voaram dos telhados e caíram no solo úmido.
Os Capacetes Brancos, como ficou conhecido um serviço de resgate fundado em território controlado por rebeldes para tratar pessoas feridas em bombardeios, disse que 147 pessoas foram mortas no noroeste da Síria controlado pela oposição. Em território controlado pelo governo, as autoridades estimam o número de mortos em mais de 300, com mais de 1.000 feridos.
Na Turquia, mais de 1.700 pessoas foram mortas e 7.000 ficaram feridas.
Imagem aérea mostra pessoas em busca de vítimas e sobreviventes nos escombros de prédios destruídos na vila de Besnia, perto de Harim, na província de Idlib, noroeste da Síria, nesta segunda-feira (6)
Omar Haj Kadour/AFP
“Estamos em uma corrida contra o tempo para salvar as vidas daqueles sob os escombros. Mesmo que nossas equipes estejam exaustas, não temos tempo para descansar”, disse o chefe dos Capacetes Brancos, Raed al-Saleh, à Reuters por telefone.
Ele disse que os ataques aéreos ao longo dos anos deixaram os prédios estruturalmente frágeis, de modo que “desabou imediatamente”, levando a mais mortes.
Milhões de pessoas no noroeste da Síria ficaram vulneráveis ​​pelo conflito, de acordo com as Nações Unidas, que diz que 2,9 milhões de pessoas na região foram deslocadas e 1,8 milhão vivem em campos.
As equipes de resgate trabalham há anos resgatando pessoas de bombardeios e ataques aéreos do governo sírio ou das forças russas, que muitas vezes atingem o mesmo local várias vezes, arriscando a vida dos paramédicos.
“Pelo menos, agora, ninguém vai nos bombardear enquanto trabalhamos”, disse Saleh.

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