Thais Barbosa abandonou a escola e foi morar em uma cracolândia do Rio de Janeiro. Agora, há cinco anos longe das drogas, ela busca terminar os estudos para entrar na universidade. Thais quis mostrar à reportagem duas fotos: à esquerda, a que retrata sua vida na cracolândia. À direita, “livre do crack”.
Arquivo pessoal
Aos 13 anos, Thais Barbosa abandonou a escola pública onde estudava e foi morar nas ruas da zona norte do Rua de Janeiro. Ela buscava uma maneira de conseguir dinheiro para comprar crack.
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“Não dava mais para ficar em casa com a minha mãe, porque eu me envolvi com o que não devia. Precisava de droga. Virei pedinte na rua e me prostituí. Até os 25 anos, fui estuprada e agredida mais de uma vez. Tentava fazer planos para sair daquilo, mas aí era muita droga na mente, né? Dormia, esquecia e voltava para a rua”, conta.
Hoje, aos 31 anos, Thais está longe da cracolândia. Quer voltar apenas depois de ser aprovada na universidade e se formar como assistente social. “Vou ajudar quem está lá”, diz.
O primeiro passo já foi dado: em 2021, ela prestou o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), prova voltada para adultos que não concluíram a escola na idade correta. Seu desempenho foi suficiente para conquistar o diploma do ensino fundamental.
Neste ano, fez o teste novamente, buscando o certificado do ensino médio. Nesta quinta-feira (22), quando recebeu os resultados, chorou de felicidade ao ver que está a um passo de conseguir ser aprovada e poder prestar vestibular.
“Só faltou [atingir] a nota de matemática, mas vou entrar na escola [da Educação de Jovens e Adultos – EJA] e tentar de novo”, conta.
“Me tremi toda, liguei para todo mundo para contar! Estou radiante com as minhas conquistas.”
‘Queria sair da rua’
Thais conheceu seu atual marido em 2017, quando ele ainda era usuário de crack.
“Queríamos sair daquilo e ficar juntos; eu não aguentava mais”, diz. “Nós dois fomos para a casa da mãe dele aqui no Rio, mas voltamos a usar droga. Três meses depois, eu engravidei, e aí falei: ‘agora, chega'”, conta.
“Lorenzo tem hoje 5 anos e é o amor da minha vida. Estou confiante, trabalhando como doméstica e batalhando pelo meu diploma, para conseguir algo melhor para a família. Foi onde encontrei forças para recomeçar.”
O que é Encceja?
O Encceja testa os conhecimentos de candidatos que não se formaram na escola na idade adequada. Se eles obtiverem um bom desempenho na avaliação, conseguirão a certificação do ensino fundamental ou do ensino médio.
Atenção: não é um processo com número limitado de “vagas”. Todos os participantes que tirarem no mínimo 100 pontos em cada uma das provas e nota igual ou superior a 5 pontos na redação conseguirão o “diploma” na etapa escolar pretendida.
Neste ano, o Encceja foi aplicado em 28 de agosto, para mais de 547 mil participantes.
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