Sentença chega seis anos depois do ataque, no qual motorista de caminhão atropelou centenas de pessoas que celebravam o principal feriado da França em uma avenida à beira-mar da cidade no sul do país. Atentado inaugurou onda de ataques sem armas na Europa. Moradores de Nice, no sul da França, se reúnem em memorial improvisado para realizar um minuto de silêncio para homenagear as vítimas do ataque terrorista na cidade em 2016.
AP Photo/Luca Bruno
A Justiça francesa condenou nesta terça-feira (13) sete homens e uma mulher por envolvimento no atentado terrorista de 2016 em Nice, no sul da França, no qual 86 pessoas morreram após um caminho invadir uma rua de pedestres na cidade.
O atentado, reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico, foi considerado um marco na Europa à época, porque foi o primeiro ato terrorista em que o autor não utilizou uma arma para matar as vítimas.
O motorista do caminhão – que atropelou centenas de pessoas que celebravam o Dia da Queda da Bastilha, o principal feriado na França, na avenida à beira-mar da cidade – foi morto a tiros no dia pela polícia.
Nesta terça, o tribunal de Paris sentenciou que:
Mohamed Ghraieb, o réu principal e amigo do motorista do caminhão, é culpado de pertencer a uma organização terrorista. Ele foi condenado a 18 anos de prisão.
Chokri Chafroud e Ramzi Arefa, dois outros réus de destaque – acusados de ajudar o autor do ataque a obter armas e alugar o caminhão – também são culpados de pertencer a uma organização terrorista. Eles receberam sentenças de prisão de 18 e 12 anos, respectivamente.
Cinco outras pessoas, acusadas de envolvimento com o grupo, foram condenadas a sentenças de dois a oito anos.
Estado Islâmico assumiu autoria do atentado na cidade francesa de Nice, em julho de 2016.
Nenhum dos réus foi acusado de participar do ataque ou de cumplicidade, uma reivindicação que parentes das vítimas e sobreviventes faziam havia anos.
Os condenados ainda podem apresentar recurso à sentença.
O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque alguns dias após o episódio, mas não deu provas de ligação com o autor do crime, um cidadão tunisiano que vivia na cidade francesa e tinha ficha na polícia local por violência doméstica e pequenos crimes.
