By Último país dos Bálcãs a se candidatar à União Europeia, o Kosovo formalizou nesta quinta-feira (15) o pedido de adesão ao bloco europeu.
O ato é histórico, embora o processo possa levar até anos para ser concluído. A aceitação do país no bloco depende também da normalização das relações do país com a vizinha Sérvia.
O primeiro-ministro do país, Albin Kurti, apresentou a candidatura oficialmente nesta manhã em Praga, na República Checa, que é atualmente detentora da presidência rotativa da União Europeia.
“Não queremos porta dos fundos, nem via rápida. Queremos construir a UE em nosso país com nosso povo”, disse Kurti depois de entregar o pedido ao ministro tcheco de Assuntos Europeus, Mikulas Bek.
O Kosovo é o único país da sua região até agora que não se candidatou à adesão à UE.
Embora haja relutância dentro da UE de 27 nações para uma maior expansão, a invasão da Ucrânia pela Rússia os levou a dedicar mais energia para melhorar as relações com os seis países balcânicos da Albânia, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Montenegro, Macedônia do Norte e Sérvia.
“Acreditamos firmemente que um futuro europeu é a única maneira de resolver uma série de problemas na região, sejam econômicos, sociais ou étnicos”, disse Bek.
O Kosovo, de maioria albanesa, declarou independência da Sérvia em 2008 com o apoio do Ocidente, após uma guerra de 1998-1999 na qual a OTAN interveio para proteger o território.
Kosovo não é membro das Nações Unidas e cinco países da UE – Espanha, Grécia, Romênia, Eslováquia e Chipre – se recusaram a reconhecer sua condição de Estado.
A sua independência é reconhecida por cerca de 110 países, mas não pela Sérvia, Rússia ou China, entre outros.
Kosovo ainda precisa normalizar as relações com a Sérvia antes de ingressar na UE. O bloco está trabalhando em um acordo que espera que ambas as partes cheguem a um acordo dentro de um ano.
Enviados da UE e dos EUA pediram nesta semana que Kosovo e Sérvia mantenham a calma em meio a uma crise étnica em curso no norte de Kosovo, onde os sérvios locais ergueram barricadas para impedir o movimento da polícia, parte das tensões entre as autoridades e a minoria sérvia de Kosovo.
