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Para escolher qual opção melhor se encaixa para o presenteado, é necessário levar alguns pontos em consideração, como idade e perfil. Investimentos como presente de Natal podem incentivar a educação financeira, afirmam especialistas.
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Roupa, chocolate, brinquedos, perfumes, eletrônicos… A lista de presentes de Natal costuma girar em torno desses itens. Mas se o objetivo for ser menos tradicional, já pensou em presentear um amigo ou familiar com um investimento?
Especialistas em finanças pessoais afirmam que essa pode ser uma ótima oportunidade de para incentivar a educação financeira e investir nos sonhos e objetivos de quem recebe o presente.
“Os investimentos trazem a possibilidade de a pessoa realizar um sonho, conquistar algum objetivo. Presenteando com um ativo financeiro, você está dando a opção de ela escolher o que fazer com o dinheiro, não apenas entregando um presente físico. Traz liberdade de escolha”, diz Thiago Godoy, Head de Educação Financeira da Xpeed School.
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Dinheiro físico ou investimentos?
Com o mesmo argumento de deixar a pessoa livre para usar o dinheiro do presente como ela quiser, muitas pessoas escolhem presentear com dinheiro físico – ou até podem usar alternativas mais modernas, como o Pix. Godoy, entretanto, pontua que essas não são as melhores opções.
“O problema de dar dinheiro físico de presente é que ele perde valor com o passar do tempo por conta da inflação”, explica. Nesse sentido, ao dar um ativo financeiro para alguém, além de receber um valor inicial, essa pessoa também contará com os rendimentos daquele investimento.
Além disso, presentear com um investimento pode abrir uma porta para que o presenteado tenha contato com a educação financeira e dê os primeiros passos para desenvolver bons hábitos com suas finanças pessoais.
“Ensinar alguém a investir é algo que vai ficar para sempre na vida dele. Vale ser essa pessoa na família, é um bom papel para se desempenhar em um país com tanta gente com problema financeiro e dificuldade em falar sobre investimentos”, afirma.
Como escolher o ativo financeiro ideal?
O educador financeiro explica que, na hora de escolher um investimento para dar de presente, é preciso considerar alguns pontos, como a idade da pessoa, o perfil e quais objetivos ela tem.
Com esses pontos identificados, fica mais fácil entender qual prazo de investimento faz mais sentido para o presenteado: curto, médio ou longo prazo.
Para investimentos que visam a realização de objetivos de curto prazo, como uma renda extra para um festival de música, Godoy afirma que as melhores opções são ativos da renda fixa com liquidez diária, como os títulos do Tesouro Selic ou um Certificado de Depósito Bancário (CDB). “Eles rendem pouco, mas podem ter o valor resgatado a qualquer momento”, diz.
Um título do Tesouro Selic com vencimento em 2027, por exemplo, pode ser adquirido por valores a partir de R$ 124,39 e oferece rentabilidade de 0,1544% ao ano mais a variação da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Embora o investidor possa resgatar o valor investido a qualquer momento, o especialista comenta que o mais indicado é, sempre que possível, manter o investimento até o final do prazo para assegurar a rentabilidade pré-definida.
Para objetivos de médio prazo, como uma viagem programada para daqui dois anos, por exemplo, o educador financeiro aponta as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) como boas alternativas. Esses títulos também são da renda fixa e investem em dívidas do agronegócio e do mercado imobiliário, respectivamente.
“São investimentos que não possuem liquidez diária, ou seja, não podem ser resgatados a qualquer momento, por isso é importante manter o valor investido até o final do prazo de investimento (que no caso desses ativos, costumam ser prazos mais curtos, de um ou dois anos). No entanto, eles têm isenção de imposto de renda e são ativos bem seguros”, diz Godoy.
Já para os investimentos que são feitos pensando no longo prazo, como ajudar alguém financeiramente com a faculdade, o especialista indica as debêntures incentivadas.
Tais ativos, também da renda fixa, costumam ter sua rentabilidade atrelada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e, por isso, rendem mais que a inflação, além de contarem com a isenção do imposto de renda.
Sobre outros tipos de investimentos mais voláteis, como as ações, Godoy pontua que são opções mais arriscadas, principalmente para quem não tem experiência com o mercado financeiro.
“Ao presentear alguém com um título de renda fixa, tudo o que a pessoa precisa fazer é respeitar o prazo do investimento. Com as ações, ela teria que entender qual o momento certo para vender o papel, o que poderia acabar se tornando um presente de grego”, explica.
Presentes para além dos investimentos
Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais, comenta que, embora presentear alguém com um investimento seja uma atitude interessante, o processo de doação de bens mobiliários (ou seja, transferir o investimento de presente) pode ser burocrático e custoso, o que pode ser inviável para parte da população.
Em contrapartida, a economista afirma que há outras opções para investir em educação financeira.
“Para quem pretende presentear alguém com algum ativo que esteja atrelado ao mundo dos investimentos, eu sugeriria um livro sobre mercado financeiro e finanças pessoais, um curso de como começar a investir ou como elaborar um portfólio eficiente, e até mesmo uma mentoria para ajudar a melhorar a vida financeira de quem está ganhando o presente”, destaca Ariane.
