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Para concluir Censo, IBGE adia divulgação de indicadores do mercado de trabalho

Para concluir Censo, IBGE adia divulgação de indicadores do mercado de trabalho


Ao menos três divulgações dos indicadores de trabalho e renda serão adiadas diante da força-tarefa montada pelo órgão para encerrar a operação censitária. Recenseadoras visitam domicílios durante Censo 2022
Helena Pontes/Agência IBGE Notícias
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, nesta segunda-feira (12), que adiará a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho diante as dificuldades para concluir o Censo 2022.
Segundo o órgão, foi criada uma força-tarefa envolvendo as Superintendências Estaduais para poder concluir toda a coleta da operação censitária, atrasada em mais de dois anos.
SAIBA MAIS: Faltando recensear ao menos 20% da população, IBGE admite que vai atrasar conclusão do Censo 2022
ENTENDA: O que o IBGE quer saber? Quanto tempo dura a visita? Veja perguntas e respostas sobre o Censo 2022
Diante disso, o IBGE alterou o calendário de divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) – tanto a mensal, quanto a trimestral – responsável por retratar diversos indicadores do mercado de trabalho no Brasil.
“Em virtude da criação de uma força-tarefa que está utilizando a estrutura de coleta das Superintendências Estaduais para a coleta do Censo Demográfico 2022, houve extensão do prazo de fechamento do banco de dados das entrevistas. Por esse motivo, o calendário das divulgações da PNAD Contínua mensal e trimestral foi revisado”, informou o IBGE em nota divulgada à imprensa.
Foram adiadas as apresentações de dados de pelo menos três edições da Pnad – cada uma será divulgada cerca de um mês depois do previsto:
a do trimestre móvel setembro-outubro-novembro de 2022, prevista para 28/12/22, foi adiada para 19/01/2023.
a do trimestre móvel outubro-novembro-dezembro de 2022, prevista para 31/01/23, foi adiada para 28/02/2023.
a do encerramento do 4º trimestre de 2022, prevista para 15/02/23, foi adiada para 28/02/2023.
É por meio da Pnad que o IBGE produz os principais indicadores do mercado de trabalho. Para realizá-la, são visitados mais de 210 mil domicílios a cada trimestre – cerca de 70 mil por mês – distribuídos por mais de 3,5 mil municípios do país. Ao todo, mais de 2 mil agentes de pesquisa são envolvidos na coleta.
Sucessão de atrasos
O Censo Demográfico deveria ter sido realizado pelo IBGE em 2020, mas precisou ser adiado em razão da pandemia da Covid-19 e de cortes orçamentários. A operação censitária, planejada para acontecer em todos os 5.570 municípios do país, incluindo aldeias indígenas e territórios quilombolas, teve início oficialmente em agosto de 2022
A previsão inicial era concluir o recenseamento da população em outubro. O prazo, no entanto, foi adiado para meados de dezembro. Ao divulgar o quarto balanço do levantamento porém, o IBGE estimou que só será possível concluir o Censo 2022 em janeiro de 2023.
O IBGE atribui dois fatores para justificar o atraso na conclusão do Censo 2022 – a falta de recenseadores e a recusa de parte da população em responder aos questionários da pesquisa.
“Além da dificuldade de contratar recenseadores, o IBGE também encontrou dificuldades para fazer o trabalho de recenseamento nas comunidades e naqueles lugares onde vivem os extratos de renda mais alta”, disse o diretor de pesquisas Cimar Azeredo.
Segundo o IBGE, entre 28 de novembro e 4 de dezembro, havia 60.611 recenseadores em ação, o que corresponde a 33,1% do total de vagas disponíveis. Ou seja, apenas 1/3 do previsto pelo IBGE.
Para facilitar a contratação dos recenseadores, o IBGE conta com uma medida provisória editada pelo governo federal que desobriga o órgão de realizar concurso público.
“Nós já estamos contratando recenseadores através de um processo seletivo simplificado, em que não é aplicada prova, apenas conferida a documentação”, enfatizou Azeredo.

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