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Vendas do comércio caem 2,6% em dezembro, diz IBGE

Vendas do comércio caem 2,6% em dezembro, diz IBGE


Apesar da baixa, em 2022 o comércio avançou 1,0%. Comércio brasileiro cresceu 1,0% em 2022.
Lívia Ferreira / g1 PI
As vendas do comércio tiveram uma forte queda de 2,6% em dezembro frente a novembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (9).
Apesar da baixa registrada no último mês do ano, o comércio fechou 2022 com uma alta de 1,0%. Já em relação a dezembro de 2021, o avanço foi menos expressivo, de 0,4%.
No comércio varejista ampliado – que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção – o comércio varejista teve alta de 0,4% em dezembro frente a novembro, mas caiu 0,6% ante o mesmo mês de 2021 e acumulou queda de também 0,6% em todo o anos de 2022.
O comércio varejista teve seu segundo mês consecutivo de queda em dezembro, mas a baixa de 2,6% observada no mês foi a maior do ano. De acordo com o IBGE, o resultado foi impactado, principalmente, pelos setores de hiper e supermercados, produtos alimentícios e bebidas e outros artigos de uso pessoal e doméstico.
Ainda segundo o instituto, o crescimento de 1,0% registrado pelo varejo ao longo do último ano foi o menor desde 2016, quando as vendas recuaram 6,2%, perdendo, inclusive, para o período de pandemia de Covid-19.
“Esse resultado acumulado no ano está muito próximo ao dos anos anteriores. Em 2021, por exemplo, houve ganho acumulado de 1,4%. Então em 2022 há um crescimento similar, mas ainda mais tímido”, pontua Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Maioria das atividades recuou em dezembro
O volume de vendas do comércio varejista recuou em sete dos oito grupos pesquisados no último mês de 2022. O gerente da pesquisa afirma que esse resultado se deve, principalmente a uma sequência de Black Friday e Natal mais fracos do que era esperado.
Confira a variação de todas as atividades em dezembro:
Combustíveis e lubrificantes: -1,6%
Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,8%
Tecidos, vestuário e calçados: -6,1%
Móveis e eletrodomésticos: -1,6%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -0,4%
Livros, jornais, revistas e papelaria: 0,1%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,6%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -2,9%
Cinco dos oito grupos tiveram alta em 2022
O especialista destaca que, além do crescimento tímido, ele também é bastante concentrado.
O grupo de combustíveis e lubrificantes foi o que mais cresceu em 2022, com uma alta acumulada de 16,6%, e é um dos únicos dois grupos que tiveram variações positivas na casa dos dois dígitos – o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria cresceu 14,8%.
Segundo Santos, os combustíveis passaram a ter uma trajetória de alta apenas em julho do ano passado, quando houve mudança na política de preços do governo. “No caso do setor de livros, o crescimento é associado ao retorno da circulação de pessoas e das aulas presenciais. Essa atividade não acumulava alta, frente ao ano anterior, desde 2013”, explica o IBGE.
O grupo com maior peso na pesquisa do comércio, o de hiper e supermercados, encerrou o ano com alta de 1,4%, apesar de recuar nos últimos dois meses.
“Uma das explicações para esse crescimento é a queda de 2,6% no ano anterior. Em 2022, tivemos o efeito da inflação elevada sobretudo em alimentos, o que favorece mais esse setor que outros, já que muitos deixam de consumir outro tipo de produto para continuar comprando esses itens básicos, ainda que reduzam o dispêndio de forma geral”, aponta Santos.
Completam a lista das altas em 2022 os grupos de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que subiu 6,3% no ano, e de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com alta de 1,7%.
Tecidos, vestuários e calçados, móveis e eletrodomésticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico foram os grupos que recuaram no ano passado, com quedas de 0,5%, 6,7% e 8,4%, respectivamente.

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