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Entenda como será o funeral do Papa Bento XVI em 5 de janeiro

Entenda como será o funeral do Papa Bento XVI em 5 de janeiro


Pela primeira vez na história da Igreja Católica, um papa enterrará outro papa. Velório começa na segunda-feira (2), na Basílica de São Pedro. Bento XVI abençoa os fiéis ao passar pela Praça de São Pedro, no Vaticano, depois de audiência geral semanal, em outubro de 2012
Andrew Medichini/Associated Press via Estadão Conteúdo/Arquivo
O Papa Francisco presidirá, em 5 de janeiro, o funeral de seu antecessor Papa Bento XVI, que morreu neste sábado (31) aos 95 anos, de acordo com o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
“Segundo o desejo do papa emérito, o funeral será realizado com a maior simplicidade”, disse o porta-voz.
Pela primeira vez na história milenar da Igreja Católica, um papa enterrará outro papa. O corpo de Bento XVI ficará exposto a partir de segunda-feira (2) na Basílica de São Pedro para receber o último adeus dos fiéis.
Poucos detalhes da cerimônia foram divulgados. Segundo especialistas em assuntos religiosos, como não existe um protocolo específico para a morte de um papa emérito, seu funeral deve ser muito semelhante ao de um papa que estava ativo. As principais diferenças é que não terá o “assento vago” ou a convocação de um conclave. (Entenda melhor no final da reportagem)
O que se sabe sobre o funeral
A partir de segunda-feira (2), o cadáver do pontífice permanecerá à vista de todos, sobre uma sóbria tapeçaria, com paramentos litúrgicos, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Pelas regras da Igreja Católica, o funeral de um papa precisa ocorrer entre 4 e 6 dias após a sua morte. A cerimônia já está marcada para o dia 5 de janeiro, na Praça de São Pedro.
Algumas horas antes de seu enterro, o corpo será colocado em um caixão coberto por outros dois: o exterior, feito em madeira de olmo; o do meio, de chumbo; e o interior, de madeira de cipreste.
Papa Emérito Bento XVI morre aos 95 anos
Conclave e ‘assento vago’
O ritual após a morte de um papa costuma envolver a convocação de um conclave, o que não irá acontecer nesse caso.
Conclave é uma assembleia da Igreja Católica com o objetivo de escolher seu novo líder. Cardeais de todo o mundo se reúnem no Vaticano entre 15 e 20 dias após a morte do papa e se “trancam” na Capela Sistina para o processo de eleição.
A palavra ‘conclave’ vem do latim, ‘cum clavis’, e significa precisamente ‘fechado à chave’. Os cardeias ficam incomunicáveis com o mundo exterior e a votação é feita em segredo e silêncio. O resultado é anunciado por meio da queima dos papéis de votação. Se a fumaça for preta, ainda não tem um resultado. Se for branca, quer dizer que um novo líder foi escolhido.
Esse processo não ocorrerá agora porque já existe um líder, o Papa Francisco. Ele foi eleito por um conclave após a renúncia de Bento XVI em 2013.
No procedimento convencional, entre a morte de um papa e a escolha de um novo, ocorre o que a Igreja Católica chama de Sede Vacante, ou em tradução livre, assento vago.
Todos os mais altos cargos do governo da Igreja, isto é, a Cúria Romana, devem se demitir de suas funções quando um papa morre, segundo a Constituição Apostólica promulgada em 1996 por João Paulo II. O único que continua é o camerlengo.
O camerlengo, um cardeal nomeado previamente, assume o controle da Igreja e as funções de um pontífice, mas com poderes limitados. Ele tem uma função puramente administrativa e só ganha importância na troca de liderança.
Ele é encarregado de gerenciar o Vaticano , de marcar a data do funeral e convocar o conclave. Como o “assento” não ficou vago, pois a Igreja tem um líder vivo, o camerlengo não deve atuar no funeral de Bento XVI. Atualmente o cargo é ocupado pelo cardeal Kevin Joseph Farrell.
A Cúria Romana também não deve ser trocada e todos as lideranças deverão continuar ocupando seus postos na administração da Igreja.

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