Fato Verdade

Dólar tem volatilidade nesta segunda-feira, com o corte da produção de petróleo de países da Opep+ em foco

Dólar tem volatilidade nesta segunda-feira, com o corte da produção de petróleo de países da Opep+ em foco


Na sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,55% nesta sexta, cotada a R$ 5,0691. Notas de dólar
pasja1000/Creative Commons
O dólar opera com volatilidade nesta segunda-feira (3), na medida em que investidores repercutem o corte da produção de petróleo de países da Opep+ em foco.
Às 15h, a moeda norte-americana subia 0,04%, cotada a R$ 5,0710. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana teve queda de 0,55%, cotada a R$ 5,0691 — menor patamar desde o dia 2 de fevereiro (R$ 5,0444). Com o resultado, o dólar fechou o mês de março em queda de 2,98%. No ano, o recuo acumulado é de 3,96%.
LEIA TAMBÉM:
ENTENDA: O que faz o dólar subir ou cair em relação ao real
COMERCIAL X TURISMO: qual a diferença entre a cotação de moedas estrangeiras e por que o turismo é mais caro?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?

Felipe Salto analisa perspectivas de crescimento da economia brasileira
O que está mexendo com os mercados?
A principal surpresa do dia nos mercados vem dos preços do petróleo, que operavam em alta nesta segunda-feira, depois que países importantes do mercado, como Arábia Saudita, Iraque e Rússia, anunciaram um corte da produção como “medida de precaução” após a recente queda das cotações.
O corte acontece após o preço do petróleo bruto cair para US$ 70 o barril, seu nível mais baixo em 15 meses, devido às preocupações com a demanda. Especialistas apontam que a medida visa garantir a estabilidade nos preços e prevenir uma possível desaceleração no crescimento da demanda global.
Pela manhã, o preço do petróleo WTI tem alta de 5,46%, a US$ 79,78, enquanto o valor do Brent sobe 5,56%, a US$ 84,33. Nas primeiras horas de negociações, os dois índices chegaram a operar em alta de quase 8%. As ações das principais empresas de petróleo do mundo sobem nesta segunda-feira.
Mas, na avaliação de Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração do banco Julius Baer, o movimento se deve apenas a um reposicionamento de investidores nos mercados futuros e não deve alterar o cenário de oferta deste mercado, que se encontra bastante abastecido.
Segundo ele, no longo prazo, os preços devem se manter na faixa dos US$ 70 por barril. “Enquanto sustenta os preços no curtíssimo prazo, o corte confirma nossa expectativa de médio a longo prazo de um mercado mais do que suficientemente abastecido”, diz o economista, em nota.
“Dito de outra forma, o corte na produção da Opep+ é uma clara admissão da fraqueza do mercado e não vem de uma posição de força. As perspectivas cíclicas pedem uma demanda moderada de petróleo no mundo ocidental, bem como na China, já que o cenário estrutural da transição energética, com a mudança para a mobilidade elétrica, acabará por corroer a demanda”, afirma.
Na Europa, por exemplo, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de apenas 0,03%, a 457,22 pontos. A perspectiva de aumento nos preços de energia impulsionou ações de petroleiras, mas o movimento tende também a ter impacto no crescimento e na inflação na Europa, o que também foi avaliado pelos agentes.
Por aqui, a redução da oferta de petróleo no mercado internacional pode impactar os valores dos combustíveis no Brasil. Segundo relatório de sexta-feira da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina brasileira está sendo vendida por um valor 2% abaixo do mercado internacional. Ou seja, há uma pressão no horizonte para acompanhar os preços internacionais.
Além disso, analistas seguem digerindo os detalhes em aberto do arcabouço fiscal brasileiro. Nos cálculos de economistas, seria necessário ampliar a receita entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões para tornar o arcabouço fiscal, com as metas de resultado primário propostas, crível e exequível.
O Ministério da Fazenda ventilou a possibilidade de tributação de fundos exclusivos e de apostas eletrônicas para aumentar a arrecadação.
O boletim Focus desta segunda mostra que os economistas do mercado financeiro elevaram estimativa de inflação deste ano de 5,93% para 5,96%. Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro permaneceu em 4,13% na semana passada.
Para o crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro continuou em 0,9% na última semana. Já para 2024, a previsão de crescimento avançou de 1,40% para 1,48%.
O foco nesta semana estará sobre dados de atividades dos EUA e o relatório de emprego na sexta-feira, ainda que muitos mercados estejam fechados no dia para o feriado da Sexta-feira Santa.
Initial plugin text

administrator

Related Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *